O HPV (sigla em inglês para papilomavírus humano) é o vírus responsável por 99% dos casos de câncer do colo de útero, o terceiro tipo de câncer que mais afeta as mulheres brasileiras e o quarto que mais mata. Apesar disso, não são todas as pessoas que o conhecem ou que querem falar sobre o assunto, considerado um tabu. Ao ser contaminada por este vírus, a pessoa pode notar o aparecimento de verrugas genitais –seja na vagina, no pênis ou no ânus – mas, nem todos apresentam os mesmos sintomas (algumas pessoas são portadoras do vírus, mas ele acaba por nunca se manifestar pois o próprio organismo é capaz de combatê-lo, desta forma, muitos nem chegam a saber que foram contaminados). De acordo com estudos científicos, existem mais de 150 tipos de HPV espalhados pelo mundo – sendo que apenas 13 deles são considerados de alto risco. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados em 2017, 54% dos jovens com idades entre 15 e 26 anos já tiveram contato com o papilomavírus humano e 38% deles apresentaram o HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer. Altamente contagioso, muitas vezes assintomático e sem cura definitiva, o HPV é mais comumente transmitido durante a relação sexual sem proteção e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é o vírus sexualmente transmissível mais comum do mundo.Veja abaixo alguns esclarecimentos sobre a doença e também as formas mais comuns de tratamentos:- De acordo com a ONG britânica Cancer Research, 8 em cada 10 pessoas contrairão algum dos tipos de HPV durante a sua vida;- É um dos únicos causadores do câncer que pode ser prevenido com uma vacina;- O momento ideal para a imunização é durante a pré-puberdade, antes que a pessoa tenha uma vida sexual ativa;- Devem ser aplicadas duas doses da vacina, respeitando o intervalo de seis meses entre uma e outra;- Ao menos uma vez por ano, as mulheres devem se submeter ao papanicolau, um exame ginecológico considerado o melhor método para detectar câncer de colo do útero e suas lesões precursoras;- A transmissão do HPV acontece, geralmente, durante as relações sexuais. Mas, também pode ocorrer pelo contato com a pele ou mucosas infectadas;- O uso de preservativos (masculinos ou femininos) durante as relações sexuais ajuda a prevenir o contato com o vírus;Diagnóstico e tratamentos:Para saber se você foi infectado pelo vírus, é necessário ir a um médico especialista para que ele analise a região com o objetivo de identificar (ou não) alguma lesão. É muito provável que, nesta consulta, ele recomende a realização de exames que facilitem o diagnóstico e que identifiquem o tipo de HPV. Em alguns casos, é necessária a coleta de uma pequena porção da lesão para ser enviada para análise em um laboratório. Com base nestes resultados, ele recomenda qual é o tipo de tratamento mais adequado para cada paciente. Os mais comuns são o uso de pomadas na região afetada, aplicadas pelo próprio médico ou pelo paciente, ou pequenas cirurgias de cauterização realizadas por um especialista de tempos em tempos. O processo pode ser demorado e dispendioso, mas vale a pena!