Foram necessárias algumas décadas para se ter acesso a esse pássaro fugídio. Com paciência e vontade, uma equipe do Museu de História Natural de Nova York finalmente alcançou esse feito. As imagens do espécime, divulgadas online, testemunham essa façanha inacreditável.A espécie em questão é um martim-pescador-de-bigode, Actenoides bougainvillei. O pássaro se desenvolve nas Ilhas Salomão, situadas no Oceano Pacífico, à costa da Austrália. Até o momento, apenas duas fêmeas haviam sido identificadas por pesquisadores locais nos anos 1920. Um encontro inacreditávelDurante uma expedição realizada nas florestas montanhosas da região, o pesquisador Chris Filardi e seus colegas finalmente tiveram a oportunidade de observá-lo de perto. Primeiro eles ouviram o misterioso canto do pássaro, caracterizado como um "ko-ko-ko-kokokokokokokoko-kiew", e, em seguida, ele apareceu.O pássaro pousou próximo ao grupo e Chris Filardi conseguiu fotografá-lo. Um artigo publicado no blog do Museu Americano de História Natural relata seu entusiasmo em relação a essa maravilhosa descoberta."Um dos pássaros menos conhecidos do mundo estava lá, na minha frente, como uma criatura mitológica que se torna realidade", contou o cientista à publicação. Para ele, o acontecimento é o resultado de vinte anos de pesquisa sobre esse espécime enigmático. As primeiras imagens e registros"Temos agora as primeiras imagens já feitas desse pássaro, assim como os primeiros registros de seu canto", continuou o pesquisador. Esses preciosos documentos permitirão melhor descrever a espécie.O pássaro fotografado é um macho que, ao contrário das fêmeas, apresenta uma plumagem azulada sobre as asas. Sua cabeça é salpicada de pequenas penas com penugem de cor laranja. Segundo Chris Filardi, o martim-pescador-de-bigode está atualmente ameaçado pela exploração florestal e corre o risco de desaparecer.O animal está ainda na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) sob o estatuto de espécie "em perigo". No entanto, é difícil estimar a população. Segundo a IUCN, os resultados sugerem a existência na natureza de 250 a 1000 indivíduos maduros.