Satélites, o planeta Júpiter tem de sobra. Pelas contas não são menos que 72, dos quais 52 já foram nomeados pelos cientistas. O que faz dele o planeta do sistema solar com maior número de satélites observados.Entre eles, Io faz parte das quatro luas, os quatro maiores satélites naturais de Júpiter. Ela é também a mais ativa do ponto de vista tectônico. Mas esse satélite não é apenas um satélite de 4.000 km de diâmetro, mas também o que tem maior atividade de todo o sistema solar.Chaminé vulcânica ativaPara estudar Júpiter, a NASA enviou a sonda Juno à sua órbita e há mais de 30 meses agora, ela está transmitindo regularmente imagens do maior planeta do sistema solar. Mas em dezembro, é ao Io que as câmeras estão apontadas.Mas se elas não foram feitas para observar os satélites de Júpiter de perto, o que talvez explique a qualidade medíocre das fotos, a sonda Juno possui em contrapartida uma bateria de instrumentos que possibilitaram identificar o fenômeno."Nós sabemos que nós estávamos fazendo uma investida para tentar observar as regiões polares de Io, mas não achávamos que iríamos ter a sorte de ver uma chaminé vulcânica ativa quebrando o solo da superfície da lua", orgulha-se Scott Bolton, um dos principais cientistas do trabalho dessa missão.Condições perfeitasAs erupções em Io são tão poderosas que elas podem ser observadas há uma distância absurda. Mas desta vez, as condições astronômicas especiais possibilitaram que a erupção ficasse ainda mais visível.As condições eram perfeitas para a sonda Juno, uma vez que a erupção ocorreu num momento em que Io passava em cima da sombra de Júpiter. Mas a luz do Sol era refletida sobre Europa, um satélite vizinho, as câmeras puderam captar uma imagem de Io iluminada indiretamente, proporcionando imagens completamente inéditas.Compreendendo as interações entre Júpiter e IoDe acordo com os astrônomos, os pontos claros nas fotos seriam oriundos da emissão de gás e de poeira na atmosfera de Io, um fenômeno que ainda não havia sido observado. As partículas são regularmente atraídas para o campo magnético de Júpiter, alimentando os cinturões de radiação que podem ser observados apenas ao redor do planeta.Essa não é a primeira vez que as erupções são capturadas em fotos, uma vez que a sonda Galileo já tinha feito isso há mais de vinte anos. Mas as imagens podem possibilitar aos cientistas compreender melhor as interações entre Júpiter e seu satélite Io.