A história é tão magnífica quanto emocionante. Nós estamos em 1944, em Auschwitz. Marcel Nadjari é detento no campo de concentração, onde ele sobrevive no meio de atrocidades. Para contar esse terrível cotidiano, ele decide escrever uma carta a seus descendentes e a enterra sem que os alemães vejam. É em 1980 que um estudante que participa de escavações a encontra. O problema: ela está ilegível. Foi apenas agora que um historiador, Pavel Polian, pôde decifrar 90% dela.O conteúdo é perturbador. Marcel Nadjari fala de seus pais e de sua irmã, eles também deportados, que ele não reverá nunca mais. Ele conta também de sua atribuição no Sonderkommando, uma unidade de prisioneiros judeus encarregados de esvaziar as câmaras de gás, de encontrar os dentes de ouro, de recolher os cabelos e queimar os restos. A carta possui 13 páginas."Nossa tarefa era de acolhê-los, a maioria não se dava conta do que os esperava. (...) Uma vez que estavam nus, eles iam para a câmara da morte onde os alemães tinha dito que haviam instalado chuveiros. A golpes de chicote, os obrigavam a se aproximarem como sardinhas em uma lata, e depois fechava-se as portas hermeticamente", ele escreveu em sua carta. Marcel Nadjari sobreviveu ao campo da morte. E morreu aos 54 anos, em Nova York.